Perséfone e Deméter e a vida no campo

Hoje está um dia bom para escrever… para pensar… ! Chuvinha fina lá fora. Temperatura baixa. Aqui um fogo na lareira. Soft music! Ler livros de mitologias e lendas sobre a natureza. Aí me lembrei da saga da Perséfone, com sua mãe e seu casamento. Achei muito representativa para o dia de sábado reflexivo.

Perséfone e Deméter (Ceres)

Resumo executivo: Perséfone é filha de Zeus, o senhor dos deuses e dos homens, e Deméter, deusa da colheita e da fertilidade. Nasceu e foi criada no Monte Olimpo.

Tumbérgia: queimada com a geada

Como era muito bela, Perséfone chamou a atenção de muitos deuses. Virgem e protegida por sua mãe, ela foi raptada pelo seu tio e deus do submundo Hades, enquanto colhia narcisos. A partir desse momento, os alimentos e os campos foram atingidos pela tristeza de Deméter. Na mitologia grega, Deméter era a deusa da agricultura e da colheita. Era ela quem nutria a terra com a vegetação verde. Era considerada também como a deusa protetora do casamento e da lei sagrada. Era venerada como a responsável pelas estações do ano. Deméter era Ceres para os romanos e deu origem a palavra cereal[1].

Resumidíssimo!

A cidade sabe o que passa no supermercado.

Provamos temperaturas baixas há duas semana, seguida pelas temperaturas altas desta semana e depois a chuva e o frio… até parece que estou descrevendo o cenário de um filme após a queda de um cometa, mas é o clima na nossa região: fronteira oeste.

Bem, este cenário me levou a perguntar repetidamente: a população urbana sabe o que isto significa no campo? Sabe como ficaram as plantas com as geadas – Árvores, flores, chás, cercas vivas, mudas de morango, bananeiras, folha da batata doce? Sabem o reflexo na disponibilidade de alimentos? Sabem o impacto para a próxima temporada de produção? Sabem …?

Por outro lado, encontro pessoas que me perguntam: tem tomate? tem mamão? tem outras frutas para vender? Tem ovo?

Diante deste cenário fico inquieta, pois me dou conta que a cidade não sabe o que passa no campo. A cidade sabe o que passa no supermercado: preço, disponibilidade, filas, cartões de débito, tomate o ano inteiro, etc.

Tudo bem não são todos os urbanos, muitos nos perguntam como foi para vocês a geada? Tudo bem por lá?

Repolho roxo e couve enfrentando a geada e temperatura de -2

Fica o convite: Rancho Canela do Mato.

Quero convidar a todos para visitar nossa propriedade e ver o cenário do inverno. Sentir o vento frio nas hortas. Colocar a mão na terra gelada. Ver as galinhas encolhidas. Ver árvores sem folhas? Tem umas com flores, será que se desregularam?

Nós aqui achamos bonito ver o cenário do inverno, dar o tempo para plantas e animais se aquietaram e descansar para a temporada que se aproxima de alta produtividade. A terra gosta do frio porque ela descansa e se limpa de alguns bichinhos daninhos que prejudicam a produção. As árvores se recolhem a uma intimidade profunda, tombam sua folhas para guardam um pouquinho de energia e poder brotar na primavera. As formigas se afundam nas profundezas da terra! Os pássaros se introduzem nas florestas para proteção.

Alimentando a terra: adubo orgânico e plantação de forrageira

Tem outras plantas que ficam vigorosas com o frio, se fortalecem. Inflam e enfrentam a “friaca” com coragem. Muito embora a geada maltrata suas folhas – enche de manchas, pintinhas, queima as pontinhas – elas ficam lá verdes e firmes.

E as laranjas, bergamotas, abacates e limões. Colorindo o inverno.

Venham ver a vida como ela é fora dos supermercados e dos shoppings. Ou vamos conversar sobre outra historia muito representativa; O Mito da Caverna de Platão[2]. Ou o livro de José Saramago[3] A caverna, ou … o filme Matrix[4].

 

Keli

Julho, 2019

Rancho Canela do Mato

 

 

 

[1] Tem livro de mitologia muito bom, mas tem google também.

 

[2] Filósofo precursor de muito pensamento que anda por aí hoje em dia.

[3] Premio Nobel da literatura portuguesa

[4] Um filme muito louco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *