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Conceito de Beleza na Sustentabilidade

Oi Rede do Bem!

 

Beleza é fundamental! Eu acho também!

 

Mas juntos podemos mudar o conceito de beleza.

 

Na visão sistêmica de sustentabilidade, eu me debato com variáveis que compõe o sistema tradicional de comércio todos os dias. Para mim, este é o divertido do trabalho. E meu desafio.

 

Algumas destas macro variáveis incluem preços justos, trabalho reconhecido, impacto ao meio ambiente. No dia a dia elas se dispersam em pequenas decisões que preciso tomar e ter coerência com o bonito discurso de cuidado ao meio ambiente. E ai tudo se enrosca.

 

Hoje estou no tema embalagens. Hoje não … faz um tempo. Já briguei com plástico. Já fiz as pazes com os plásticos por aceitar o argumento que ele é uma muleta para manter e conservar os alimentos, assim como é custo-benefício amigável… mas como meio ambiente como fica?

 

E agora nos anos pandêmicos qualquer embalagem perdeu a referência de preço. Saquinhos que custavam R$ 0,10 centavos passaram para R$ 0,70, assim do nada. É o mesmo que a alface passe de R$ 3 para R$ 21,00.

 

Bem nesse dilema ético e moral. Vamos começar a usar caixas de papelão reaproveitadas para enviar nossos produtos para você. Assim como caixas de madeira.

 

Nosso conceito de beleza considera:

 

  • Meio ambiente
  • Natureza
  • Descarte
  • Reaproveitamento
  • Preço Justo
  • Respeito a nossa inteligência
  • Vida
  • Escolhas coerentes
  • Trabalho em grupo

 

Qual é o seu conceito de beleza?

O que não fizemos em 2020

Olá Rede do Bem!

Estamos escrevendo para você para te dizer que no ano de 2020 você foi um companheiro fundamental para nosso projeto de produção de alimentos bons, limpos e justos. Fundamental no sentido mais básico, apoio, pilar.

Por aqui tínhamos projetos novos para o Rancho Canela do Mato. Queríamos fazer eventos mensalmente como almoços, cursos, wokshop. Aí nem precisa dizer, não é? Março terminou com outra vontade. A vontade de nos isolar.

Em abril ficamos na dúvida de como proceder, com medo do desconhecido. Muitas novas famílias se acercaram ao projeto dado o medo de desabastecimento de alimentos, ou porque que queriam algo mais saudável, ou porque estavam em casa e tinham que cozinhar.

Abril, maio e junho nossas entregas tiveram 50 % de aumento. Aí fizemos outros planos, contratamos outra colega para ajudar a entregar – a Jéssica, aumentamos nossos espaços de cultivo e a quantidade plantada. Também trocamos a plataforma virtual do Empório Canela do Mato, saímos de um app para uma página na web.

No entanto conforme diminuía o medo de todos, foi passando o susto, foi diminuindo o isolamento social, e as pessoas foram buscando alternativas para se alimentar que não fosse cozinhar em casa. E nossas entrega diminuíram, e diminuíram até o ponto de voltarmos ao normal. Mas, inclusive durante o mês de setembro, diminui abaixo do normal.

Outubro, novembro e agora dezembro foram meses disformes em relação as compras na nossa Feira Virtual. Tentamos entender, ser empático com a vida fora da nossa propriedade.

Em novembro o Cassiano, um de nossos agrônomos decidiu dedicar-se integralmente ao seu curso de mestrado e se afastou do Rancho Canela do Mato. Chegou o Fernando, para ajudar a cuidar dos pomares e lidar com máquina e equipamentos. E apoiar a Gabriela, a outra agrônoma da propriedade.

Bem estamos te contato tudo isto porque no fim do ano as empresas de capital aberto fazem um relatório para seus parceiros de como foi o ano. Vamos colocar como um resumo executivo:

– 2020 nós fizemos a primeira colheita coletiva de melancia no Rancho Canela do Mato.

– 2020 nós batemos o recorde de entregas.

– 2020 saímos de um app para uma página na internet sem interromper as entregas.

– 2020 fizemos mais sábado feira que nunca (entre janeiro e março). Recebemos muitas visitas e conhecemos novos amigos.

– 2020 novos produtores locais se somaram a nossa feira virtual. Aumentando a oferta de alimentos bons, limpos e justos.

– 2020 gastamos dinheiro com bolsas plásticas, fato este que nos deixa desconfortável.

– 2020 colhemos safra recorde de pêssego, de beterraba, de cenoura, de brócolis, de alho poro, de mandioca, de abobora italiana, de repolho, de alface americana.

Também queremos dizer que quando você compra do Empório Canela do Mato você participa das seguintes ações de bem comum: • Recicla vidros, papel, plásticos e latas.

• Doa alimentos para 4 intuições que cuidam de crianças e idosos.

• Fomenta o desenvolvimento local.

• Incentiva a produção em pequenas propriedades e pequenas agroindústrias.

• Apoia o reflorestamento.

• Incentiva o cuidado ao nosso aquífero Guarani.

• Diminui o uso de agrotóxico do planeta.

Adicional a todas estas informações gostaríamos finalmente agradecer toda a convivência e confiança que depositaram em nosso trabalho e permitir que nossos produtos estivessem à mesa de sua família bem como desejar muita luz e prosperidade em 2021.

E sobre o título do texto… nem lembro mais o que não fizemos!

 

Quem de dentro de si não sai

Vai morrer sem amar ninguém

O dinheiro de quem não dá

É o trabalho de quem não tem

Berimbaou – Vinicius de Moraes

 

A gente não quer só dinheiro

A gente quer dinheiro e felicidade

A gente não quer só dinheiro

A gente quer inteiro e não pela metade

A gente não quer só comida

A gente quer bebida, diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida como a vida quer

Desejo, necessidade, vontade

Comida – Titãs

 

Da equipe Canela do Mato Gabriela, Fernando, Claudia, Eduardo, Keli e Jéssica

Nenhuma empresa vive de likes e ninguém é sustentável sozinho!

 

Com isto quero dizer algumas coisas. Uma delas é que sem pessoas que comprem nossos produtos não podemos ser sustentáveis, pois, a sustentabilidade tem 3 pilares e um deles é o econômico. Aqui no Rancho trabalham 5 pessoas que são a Gabriela, o Cassiano, a Jéssica, a Claudia e eu, Keli. Com o que fazemos aqui todos os dias sustentamos nossas famílias ou mantemos o nosso projeto de produção limpa, boa e justa. Recebemos muitos elogios e este fato nos mantem muito feliz porque o reconhecimento ao nosso trabalho nos faz ser melhor, além que alimenta nossa alma com carinho. No entanto é o valor monetário que você paga pelos alimentos que faz a roda produtiva girar. E nós somos imensamente agradecidos a todos que acreditam neste projeto. Seria inviável sem o apoio de todos.  

Segundo sustentabilidade também é ambiental. O Canela do Mato não pode sozinho atender todas as demandas de sustentabilidade ambiental. Aqui nós cuidamos da água, da terra, dos animais e das plantas com um olhar na próxima geração. Quero que meus sobrinhos recebam esta terra melhor que eu recebi. Quero que meus sobrinhos brinquem aqui sem se contaminar, sem que meu trabalho atual destrua as possibilidades que eles terão no futuro. Reciclo lixo, e limpo o caminho para minha casa sempre que posso. Diminui meu consumo de embalagens e fico triste porque estamos entregando nossos produtos em sacolas de plástico. No entanto os consumidores do Canela do Mato também precisam fazer isto junto conosco. Por isto é que recebemos aqui os cartões, as caixas de ovos, as garrafas, os potes de vidros de geleia as bolsas plásticas. E por isso que incentivamos o uso de bolsa reciclável. 

Terceiro ponto sustentabilidade também é social. Aqui fazemos um esforço por manter caraterísticas produtivas locais. Com conhecimentos de pessoas que vivem aqui.  A cultura alimentar desta fronteira tem um enfoque forte em carne e farinhas. Eu sou daqui e também sou assim. Mas também temos legumes e verduras bons e saudáveis que precisamos inserir neste hábito alimentar. Alimentos que possuem história e atravessam gerações de mulheres e homens que cozinhavam com o que a natureza oferecia na estação. Também mantemos o respeito e a dignidade com nossos colaboradores. Muito embora a fronteira tenha uma cultura de changa, nós optamos por ter funcionários regulados pelas leis trabalhistas e que tenham respeitados seus direitos trabalhistas.  Nos envolvemos com as escolas, com os estudantes, com os professores, pois sabemos que eles são o futuro melhor que desejamos. 

Ou seja, sozinhos não somos nada. Sustentabilidade não é um prato é um menu completo. Todos devemos atuar juntos para avançarmos um pouquinho nesta geração. Tem muito a ser feito e de diferentes formas. Não estamos fazendo mais que nossa obrigação, mas não por obrigação pois se assim fosse, muitos deveriam também assim proceder. Fazemos, pois, acreditamos neste caminho. E caminhamos juntos com todos os que de algum modo apoiam o projeto do Rancho Canela do Mato.

Obrigada, de todos os corações que habitam este pedaço de terra. 

O Empório Canela do Mato não tem cliente

Na semana que passou foi comemorado o dia do cliente. E eu até fui sorteada com um presente de uma loja que eu fui apenas naquele dia buscar um produto único.

Vi outros lojas fazendo promoções de dia do cliente. Como vocês já me conhecem comecei a pensar sobre este tema.

Ai vai meus pontos sobro o tema.

• Cliente” vem do Latim CLIENS, “protegido de um patrono”. Durante a República romana, as pessoas (geralmente ricos empobrecidos ou estrangeiros conquistados) se colocavam sob a proteção de outra mais poderosa. Quando esta saía à rua, o fazia cercada por um bando de CLIENTES, que muitas vezes estavam apenas atrás de um pouco de comida.

• Ou seja, ao contrário dos escravos, eram pessoas livres, no entanto ligadas aos seus patronos e dependentes deles.

• O termo cliente permite fazer alusão à pessoa que tem acesso a um produto ou serviço mediante pagamento. A noção tende a ser associada a quem recorrer ao produto ou serviço em questão com assiduidade, ainda que também existam os clientes ocasionais (ou pontuais).

• Dependendo do contexto, a palavra cliente pode ser usada como sinônimo de comprador (a pessoa que compra o produto), utilizador (a pessoa que utiliza o serviço) ou consumidor (quem consome um produto ou serviço).

• Há um certo equívoco quanto a definição de cliente e de consumidor, onde muitos creem se tratarem de sinônimos.

• Enquanto um consumidor é aquele que adquire um bem ou serviço de determina empresa, um cliente é aquele que cria vínculo com essa empresa, ou seja, além dele adquirir um serviço ou produto dessa marca, ele ainda retorna para comprar dela novamente.

 

Nós aqui no Rancho Canela do Mato não temos clientes. Nos identificamos com a designação que o Slow Food utiliza: Co-Produtor O Slow Food promove uma nova abordagem ao consumo alimentar, baseada no conhecimento dos produtos, das técnicas de produção, dos produtores. Para salientar que o consumidor pode estimular alterações determinantes no setor agroalimentar.

Co-produtor é uma palavra que significa uma pessoa que mantém um relacionamento estreito com os agricultores, os pescadores, e criadores, os produtores de vinho ou queijo de quem não apenas compra, mas a quem pede informações e conselhos para poder reconhecer diferenças qualitativas e alimentar-se de forma mais saudável, saborosa e responsável. Graças as pessoas atentas e informadas, aos co-produtores, o agricultor está mais motivado a trabalhar com técnicas tradicionais que garantem a biodiversidade dos produtos e a sua qualidade.

Carlos Petrini, um dos fundadodres do movimento Sloe Food, acredita que para garantir alimentos bons, limpos e justos, o consumidor deve começar a se sentir co-produtor. O tempo do consumidor terminou: ele literalmente consome o mundo e é figura chave da sociedade baseada na economia de merca

Curso de PANC em 2019 e os co-produtores do Canela do Mato

do resultando, para sua infelicidade, em ser o cúmplice principal do massacre que a terra esta sofrendo. Educando-nos, conhecendo os produtos, os próprios produtores, as técnicas para alimentar-se melhor e poluir menos, o co-produtor, inserido em sua comunidade, torna-se concretamente e individualmente o motor de uma verdadeira mudança.

O poder que o consumidor possui simplesmente pelo fato de escolher diariamente o próprio alimento e inacreditável: exercitá-lo com consciência e responsabilidade é um dever,um ato de civilidade, em relação a si próprios, às próprias famílias, às próprias comunidades e aos próprios povos.

Cebola e tomate o ano todo! Será?

Você sabe porque o Empório não tem cebola, nem tomate?

Por que não é época destes alimentos serem colhidos. Considerando que aqui no Rancho Canela do Mato escolhemos plantar produtos da estação e portanto temos uma lógica diferente daquela que os supermercados e feiras na cidade oferecem.

Escolhemos trabalhar com a natureza a favor, juntos.

Sendo assim nossa escolha estratégica de cultivos não é dominar o clima, ou o solo, ou as sementes. Para tanto devemos nos organizar para semear, plantar e colher conforme nossas estações, solo e clima.  Está bem, neste momento vocês devem estar pensando :Que clima? Que estação?

Está bem ! Também é verdade que aqui nesta cidade temos todos as estações em um dia as vezes. Por isso tem dias que nossas alfaces no lugar de desenvolver as folhas desenvolvem flores, e tem dias que o brócolis não tem flores, e tem dias que a rúcula não cresce de jeito nenhum.

Bem seguindo a conversa sobre os tomates e as cebolas. As cebolas plantamos entre abril e julho. Elas ficam 6 meses na suas covinhas crescendo. Ai sim colhemos e teremos cebolas frescas por uns dois meses, aí termina. Já é o terceiro ano que estamos plantando cebola. Na primeira vez plantamos umas 20 mudinhas, foi o Eduardo que fez, em um cantinho da horta. Deu super bem. Ai no outro ano nos empolgamos e o Cassiano plantou uma bom pedaço de terra com cebolas! Não foi uma colheita muito boa em termos de quantidade e tivemos uma perda, por que erramos ao cuidar das mudinhas.

E a safra 2020?
Cebolas junto ao pomar de frutas

Bem este ano já com os novos aprendizados plantamos para fazer a terceira tentativa. Estamos controlando o solo, o manejo das plantinhas invasoras, a preparação do solo, a irrigação, as doenças que atacam a folhas entre outra atividades. Isto tudo já leva 4 meses. Estamos esperando uma boa colheita.

Quando colhemos deixamos elas secarem no sol, por isso temos que planejar também o dia da colheita para que tenhamos uma quantidade natural de luz e calor que nos ajude a secar e manter as cebolas mais saborosas e com boa qualidade por mais tempo. Com certeza vamos mostrando para vocês o passo a passo.

Mudanças de hábitos e alternativas

Sabemos que fomos acostumados a ter cebola todos os dias para cozinhar, mas eu garanto a vocês que ela não faz falta na cozinha quando não é época. Nós aqui usamos cebola na cozinha quando é época – principalmente fresca na salada – e eventualmente nas outras épocas quando um receita pede. Mas no resto do ano usamos: cebola em conserva (em pasta ou com vinagre) que fazemos com as cebolas que são consideradas fora de padrão em relação a tamanho e forma. Depois, quando termina nossas conservas, usamos alho em folha, cebolinha, manjericão, alecrim, orégano, salsa, sálvia, tomilho, coentro, pimenta.

Em relação só tomate é a mesma lógica, que posso contar mais em um outro encontro. E é por isto que não temos cebola nem tomate todo o ano. Experimenta outros temperos quem sabe? Se tiver dívidas me escreve e trocamos umas receitinhas.

Beijocas,

Keli.

Nuvem de Gafanhoto

Há duas semanas quando estava perto da fronteira a nuvem de gafanhotos lancei umas perguntas para nossos clientes sobre está invasão não muito agradável. Recebi a resposta de 24 pessoas. Quero agradecer por ter compartilhado o seu sentimento sobre este tema. Logo também quero dizer que fiquei serenada porque a maioria das repostas foram de acordo ao que o Rancho Canela do Mato pensa sobre os procedimentos de cuidar do meio ambiente. Também foi possível aprender com algumas repostas, ou foi possível lembrar que existem opiniões diversas das nossas, assim como existem pessoas que além de comprar os alimentos que produzimos se sentem profundamente ligadas ao projeto ao ponto de expressar suas preocupações com as situações aqui no campo. Finalmente, está busca de opinião, se deu dentro da semana que se comemora o dia do agricultor e tenho uma opinião sistêmica desta comemoração que vou compartilhar aqui neste texto.

Algumas possibilidades

Apresentamos uma mini enquete com cinco questões. A primeira indicava algumas possibilidades de ações caso chegasse até nós alguma das nuvens de gafanhotos que rondam nossa região.

Assim como a pergunta, as respostas não exigiam nenhum conhecimento profundo de biologia ou agronomia ou qualquer conhecimento cientifico muito específico. Nossa intenção, como descrito no texto inicial da enquete, é compartilhar preocupações com todos os envolvidos neste projeto, ou seja produtores e consumidores.

No gráfico, surgem os números que representam as opções escolhidas. Percebesse que “usar técnicas alternativas …” foi o item com maior escolha, seguido por “usar inseticidas biológicos … ”

Ao olhar este dois pontos posso entender que de acordo ao que é praticado no Rancho Canela do Mato, uma parte importante das resposta estão de acordo com nossa filosofia de cuidar do meio ambiente.  O projeto Rancho Canela do Mato surgiu da ideia de ter um espaço rural onde se pudesse praticar a agricultura de forma sustentável, dentro do conceitos de respeito ao meio ambiente, de preocupação com as pessoas que trabalham aqui, e que todos estes elementos pudessem ser compatíveis com a geração de atividades econômicas sustentáveis para o projeto. Assim como estas terras possam ser herdadas por nossos sobrinhos com o selo de respeito a natureza.

Quando uma praga como as dos gafanhotos, muito embora não seja a única, ameaça o Rancho, o cérebro agroecológico, começa a pensar em todos os itens envolvidos em qualquer ação que se possa escolher. Não é uma escolha somente econômica. Muito embora sabemos que ao ser atacado por estes bichinhos, nossos pomares seriam afetados drasticamente não só este ano, mas com possibilidade de ficarem improdutivos por dois a três anos ou perder árvores já produtivas. Sem contar que na horta, muito possivelmente se perderia grande maioria de nossas culturas.

Mas o que mais preocupa em relação as ações tomadas para combater este pequenos animais, é o efeito que qualquer produto usado teria na contaminação de nossos pomares e hortas. Estamos a 10 anos trabalhando para limpar a propriedade de qualquer produto que foi usado aqui no passado e trabalhando sem uso de produtos que envenenam o ambiente nas novas culturas. Imagina só ter que voltar a está prática por um ataque inesperado de gafanhotos?

Ainda lembro que no ano de 2017 estávamos muito preocupados com um vizinho que colocava veneno para os bichinhos que atacavam as videiras da  propriedade lindeira  a nossa. Novamente, imagina colocar nas nossas culturas. Tal ação é tão fora de realidade do Rancho Canela do Mato, que fico paralisada com a opção eminente deste ataque.

Nossa relação de ganhos econômicos está estritamente ligado aos benefícios que qualquer atividade realizada aqui provoque na natureza. O ataque de uma praga na produção fará com que ocorra a escolha entre o perder produção e perder a confiança que todos os consumidores do Rancho Canela do Mato depositam em nosso trabalho.

Seria este o caso de escolher o mal menor?

O mal menor para mim é bem difícil de aceitar.  A seguir uma divagação sobre o tema:

Tem dois campos de aplicação: o genérico, da prática, e o específico, da ética da decisão. Num primeiro sentido (amplo), o princípio do mal menor significa que, prevendo males inevitáveis, é preferível permitir o menor, escolhendo-o para evitar o mal maior. Num segundo sentido (mais restrito), o princípio do mal menor significa que, quando todas ou cada uma das possíveis decisões a serem tomadas são, realmente negativas e não existe alternativa para tomar uma decisão, é preciso optar pela menos negativa. (… fonte… algum lugar na web)

Sou pragmática mas nem tanto a ponto de dizer que escolhi veneno a perder toda a lavoura. Meu pragmatismo seria mais do tipo não escolhi veneno e agora terei que trabalhar mais para recuperar o perdido, pois escolhi minha convicção ecológica. Escolhi a coerência como guia. E ser coerente me ajuda a seguir um caminho dentro de um sistema complexo e dinâmico como é o trabalho com a natureza.

Nem sempre escolho o ecologicamente correto. Eu mato mosquito com aerossol comprado no supermercado. Eu combato formiga que destrói os canteiros de brócolis com granulado.

De forma geral sou bastante ecológica reciclo lixo, reciclo roupas, consumo de forma parcimoniosa qualquer bem que necessite.

Voluntários para combater os gafanhotos.

O mais prazeroso foi ver este gráfico. Quando a pergunta foi se receberíamos ajuda para pelejar contra os insetos, a respostas foram animadoras. Sei que os que responderam não, tem motivos fóbicos por isto não são voluntários, mas a grande maioria é parceira para o enfrentamento. Isto é muito importante, mas muito mais importante.

Acredito que a agricultura não é um ato solitário. Quando falo em co – produção de alimentos, falo de escolhas que como consumidores fazemos ao comprar um alimento, falo em ações de reciclagem para melhorar a natureza, falo em ombro a ombro para manter o sistema agroecológico. Sozinhos não somos ninguém, muito menos na agricultura.

É neste contexto que me refiro ao dia do agricultor. Agricultura é uma atividade social, entre muitos. Ela existe pois como ser humano menos nômades, mais sociais, precisamos dela. A Agricultura que eu falo é diferente de agronegócio. Ela tem relação com a cultura em funcionamento na produção e comercialização de alimentos. Ela se refere a uma rede onde se interrelacionam pessoas, alimentos, meio ambiente, economia, prazer, saber fazer. Ela se relaciona com os dias frios aqui onde está o Rancho Canela do Mato, ou com o verão seco, ou com a terra arenosa, ou com o conhecimento de agronomia para esta terra e não outra distante de mim ou de quem consome.

Sendo assim o dia do agricultor para mim não é o meu dia, ou dia do Cassiano, ou da Gabriela, ou do Eduardo. O dia do agricultor é o dia de todos aqueles que percebem na agricultura um ato de amor a vida. E como tal buscam se aproximar desta realidade de diferentes formas.

Finalmente, … ou não!

Não quero que os gafanhotos venham até aqui, pois é provável que vou tentar enfrentar  eles cara a cara. Com os pés, com uma raquete de matar mosquito, com fumaça.

Não quero enfrentar eles. Por enquanto espero que os hermanos e a própria natureza me ajude a desviar esta ameaça. Por enquanto espero ter tempo para poder aprender melhor o que fazer. Por enquanto conto com a ajuda daqueles que me escreveram na enquete suas dúvidas e anseios, que são muito parecidos com os meus. Por enquanto não sei muito bem o que fazer. Sei o que não fazer: usar veneno nas plantas que tanto cuido, na terra que muito respeito, mas pessoas que aprendi a respeitar.

O pior,  hoje –  3 de agosto de 2020 – está quente de novo…

Keli Pereira de Oliveira

 

 

 

 

 

 

 

Perséfone e Deméter e a vida no campo

Hoje está um dia bom para escrever… para pensar… ! Chuvinha fina lá fora. Temperatura baixa. Aqui um fogo na lareira. Soft music! Ler livros de mitologias e lendas sobre a natureza. Aí me lembrei da saga da Perséfone, com sua mãe e seu casamento. Achei muito representativa para o dia de sábado reflexivo.

Perséfone e Deméter (Ceres)

Resumo executivo: Perséfone é filha de Zeus, o senhor dos deuses e dos homens, e Deméter, deusa da colheita e da fertilidade. Nasceu e foi criada no Monte Olimpo.

Tumbérgia: queimada com a geada

Como era muito bela, Perséfone chamou a atenção de muitos deuses. Virgem e protegida por sua mãe, ela foi raptada pelo seu tio e deus do submundo Hades, enquanto colhia narcisos. A partir desse momento, os alimentos e os campos foram atingidos pela tristeza de Deméter. Na mitologia grega, Deméter era a deusa da agricultura e da colheita. Era ela quem nutria a terra com a vegetação verde. Era considerada também como a deusa protetora do casamento e da lei sagrada. Era venerada como a responsável pelas estações do ano. Deméter era Ceres para os romanos e deu origem a palavra cereal[1].

Resumidíssimo!

A cidade sabe o que passa no supermercado.

Provamos temperaturas baixas há duas semana, seguida pelas temperaturas altas desta semana e depois a chuva e o frio… até parece que estou descrevendo o cenário de um filme após a queda de um cometa, mas é o clima na nossa região: fronteira oeste.

Bem, este cenário me levou a perguntar repetidamente: a população urbana sabe o que isto significa no campo? Sabe como ficaram as plantas com as geadas – Árvores, flores, chás, cercas vivas, mudas de morango, bananeiras, folha da batata doce? Sabem o reflexo na disponibilidade de alimentos? Sabem o impacto para a próxima temporada de produção? Sabem …?

Por outro lado, encontro pessoas que me perguntam: tem tomate? tem mamão? tem outras frutas para vender? Tem ovo?

Diante deste cenário fico inquieta, pois me dou conta que a cidade não sabe o que passa no campo. A cidade sabe o que passa no supermercado: preço, disponibilidade, filas, cartões de débito, tomate o ano inteiro, etc.

Tudo bem não são todos os urbanos, muitos nos perguntam como foi para vocês a geada? Tudo bem por lá?

Repolho roxo e couve enfrentando a geada e temperatura de -2

Fica o convite: Rancho Canela do Mato.

Quero convidar a todos para visitar nossa propriedade e ver o cenário do inverno. Sentir o vento frio nas hortas. Colocar a mão na terra gelada. Ver as galinhas encolhidas. Ver árvores sem folhas? Tem umas com flores, será que se desregularam?

Nós aqui achamos bonito ver o cenário do inverno, dar o tempo para plantas e animais se aquietaram e descansar para a temporada que se aproxima de alta produtividade. A terra gosta do frio porque ela descansa e se limpa de alguns bichinhos daninhos que prejudicam a produção. As árvores se recolhem a uma intimidade profunda, tombam sua folhas para guardam um pouquinho de energia e poder brotar na primavera. As formigas se afundam nas profundezas da terra! Os pássaros se introduzem nas florestas para proteção.

Alimentando a terra: adubo orgânico e plantação de forrageira

Tem outras plantas que ficam vigorosas com o frio, se fortalecem. Inflam e enfrentam a “friaca” com coragem. Muito embora a geada maltrata suas folhas – enche de manchas, pintinhas, queima as pontinhas – elas ficam lá verdes e firmes.

E as laranjas, bergamotas, abacates e limões. Colorindo o inverno.

Venham ver a vida como ela é fora dos supermercados e dos shoppings. Ou vamos conversar sobre outra historia muito representativa; O Mito da Caverna de Platão[2]. Ou o livro de José Saramago[3] A caverna, ou … o filme Matrix[4].

 

Keli

Julho, 2019

Rancho Canela do Mato

 

 

 

[1] Tem livro de mitologia muito bom, mas tem google também.

 

[2] Filósofo precursor de muito pensamento que anda por aí hoje em dia.

[3] Premio Nobel da literatura portuguesa

[4] Um filme muito louco.

3 Árvores da Sustentabilidade

Ontem, dia 21 de maio 2019, ultrapassamos mais uma barreira do Empório Canela do Mato. A barreira do número de entregas em um dia de feira virtual. Claro que além de feliz sempre ficamos apreensivos como será a qualidade da entrega.  No entanto por aqui, também, acreditamos que o universo conspira para que o bem prevaleça.

Para este mesmo dia recebemos a solicitação de visita de uma aluna de agronomia da UERGS de Livramento, para seu estagio de vivência aqui na propriedade. Normalmente este dia de entregas não é o melhor dia para ter uma pessoa de fora do processo, mas eu nem pensei nisto quando ela me consultou sobre a sua visita um dia antes.

E como tudo conspira para o bem… a presença dela foi muito boa. Ela encheu o dia, que estava cinza, de alegria. Ajudou a montar as cestas, a carregar as hortaliças, a entregar de casa em casa.

No entanto este post é para compartilhar uma parte da nossa conversa sobre agroecologia e sustentabilidade. Enquanto eu fazia pão conversamos sobre o nascimento da agroecologia e seus preceitos.

Na nossa conversa surgiu os três pilares da sustentabilidade: o social, o econômico e o ambiental e a visão sistémica da produção agrícola. Sobre visão sistémica, em  Epistemologia Sistêmica você pode conhecer minha opinião, é um capitulo da na minha tese de doutorado. Lá pela pagina 111 faço uma análise da importância de mudança da episteme atual para uma em que se possa a prender a fazer relações do como se aprende e para que serve o que aprendemos, desde uma visão sistémica.

Sobre os pilares da sustentabilidade, comentamos, eu e minha amiga estagiária, sobre algumas variáveis importantes a se considerar, como derivadas das combinações entre os 3 arvores mães da sustentabilidade.

 

floresta da sustentabilidade
3 árvores

Muitas vezes estes outros temas, são tratados por separado (visão linear), no entanto eles são combinações dos conceitos teóricos vividos no dia a dia das práticas sustentáveis. Algumas destas variáveis se tornaram, um campo de estudo e debates tão importantes, que por si só quase se bastam. Outras ainda são árvores pequenas nos debates sustentáveis. No entanto todas são raízes emanadas das raízes de uma floresta da sustentabilidade.

Na floresta da sustentabilidade entre a árvore do económico e a árvore do ambiental surgem árvores como a ecoeficiência, vigorosos arbustos como o da economia e contabilidade ambiental, ou como o preço reflexo e a reforma tributária ecológica.

 

Entre as árvores do social e do ambiental, surgem árvores como a educação e treinamento ambiental. Assim como recentemente surgiu o desafiador arbusto da justiça ambiental para os refugiados ambientais e ainda uma árvorezinha chamada equidade inter gerações. O Turismo sustentável é brote antigo e árvore frondosa, filha destas arvores mães.

Entre as árvores do económico e do social brotaram as árvores dos impactos sociais do investimento, arvores da ética empresarial, assim como o comercio justo, os direitos humanos e das minorias e o capitalismo dos stakeholders ou participativo.

Para aprofundar mais sobre este tema bom seguir lendo o livro do Canibalismo de Garfo e Faca do John Elkigton.

Vou escrever outros textos sobre cada um dos itens anteriores.

Finalmente minha intenção  é   agradecer imensamente pela companhia simpática e inteligente da Liliane Furtado. Sempre saio mais evoluída de nossas conversas. Gosto muito. Volta sempre e estamos te esperando para os outros estágios de vivência, não só para você , mas com certeza para todos aqui no Rancho Canela do Mato.

Beijos.

 

Keli

 

P.S.: este post foi escrito em um dia de outono de chuva opulenta, de temperatura húmida e quase fria, com uma trilha sonora chamada Towards Freedom do Promid e Aozora do Lunar Motion.

Sete dimensões que poderiam revolucionar o mercado

Não sei se todos sabem, mas meus estudos universitários foram executados na FAMECOS – Faculdade de meios de comunicação PUC RS – especificamente no curso de Turismo, no inicio dos anos 90. Quando eu estava saindo da faculdade se começava a falar em Turismo Sustentável. Mas naquela época de hormônios e sonhos no topo da minha cabeça, sustentável era saber o quanto eu deveria trabalhar para poder pagar a faculdade, o apartamento e a festa do fim de semana.

 

La pelos anos 2000 já mais consciente do universo, no final dos meus estudos de mestrado – desta vez em Engenharia da Produção – fiz um concurso para professora de Planeamento Turístico e novamente me encontrei como tema, pois era um dos pontos obrigatório para o exame.  Voltei a estudar, mas naquele momento não me dediquei muito ao tema. Durante o período que estive frente as disciplinas de planeamento trabalhei com a orientação de alunos nos seus projetos de conclusão de curso e o tema Sustentabilidade nos Destinos Turísticos era frequente, me conduzindo a leituras sobre o tema. Mas ainda não tinha me fisgado.

 

Foi no meu MBA International Hotel and Restaurant Managemet em 2009 no México que o tema voltou a brotar e aí, já não pude mais conter a curiosidade para entender e saber mais sobre tudo isto. Resultado: uma tese de doutorado que envolve sustentabilidade e alimentos, especificamente a distribuição e o comercio dos mesmos. Durante o período que estava desenvolvendo minha tese, fui convidada a dar aulas na universidade de Santiago do Chile no curso de Engenharia Comercial, uma disciplina que eu desenvolvi, chamada Negócios Sustentáveis.

 

Dai meus estudos e pesquisas na área de desenvolvimento sustentável. Aprendi que sustentabilidade tem a ver com 3 vetores: o económico, o social e ambiental. Aprendi que é um tema complexo e, portanto, a melhor abordagem para entende-lo é sistémica. Aprendi a relação entre os três vetores principais geram ou estão vinculados a outras áreas de estudos como responsabilidade social, isolados ambientais, justiça ambiental, comercio justo, ética empresarial, direitos humanos, capitalismo compartido, economia circulas, ecoeficiência, economia e contabilidade ambiental, preço reflexo, mudança tributária, ciclo de vida do produto, impostos verdes, marketing verde, liderança sustentável, para citar alguns exemplos.

 

Sete dimensões é uma forma didática encontrada pelo autor Johan Elkington do livro Sustentabilidade: Canibais de Garfo e Faca. Neste livro  o conceito de profit, planet and people foi apresentado e logo evolui para prosperidade económica, qualidade ambiental e justiça social. O prefacio incia com uma pergunta:

 

– Se você encontrasse um canibal comendo carne humana com garfo e faca[1], é sinal de que ele evoluiu?

 

Para nos ajudar a entender a sustentabilidade – na versão resumo executivo – vou escrever alguns blogs com cada uma destas dimensão as quais cito:

  • O mercado de intercambio de produtos
  • O desenvolvimento de novos valores que envolvem temas transversais
  • A transparência dos atos produtivos.
  • O estudo do ciclo de vida dos produtos.
  • A mudança de perspetiva em relação ao tempo, trabalhar o longo prazo.
  • Novas formas de se organizar para o trabalho através de associações
  • E o governo corporativo que indica estratégias sistémicas de gestão de negócios.

 

Vamos lá até o próximo blog sobre sustentabilidade. Como informei no início do texto é um tema denso com distintos matizes e precisa ser tratado com carinho, para que o futuro que desejamos se torno um futuro possível.

 

Para mim é um tema de ser otimista e hedonista em relação ao futuro. Quem não tem otimismo dificilmente se envolve com um assunto que necessita de visão a longo prazo. Hedonista na visão de Epicuro, que associava o prazer à paz e à tranquilidade.

 

Carinhos,

Keli

 

 

 

 

[1] Poeta polonês Stanislaw Lec. Vale apena ler algumas de suas frases inspiradoras.

Que historia é esta de agroecologia?

Tínhamos um pouco de dificuldade de colocar em uma caixa conceitual o tipo de produção de alimentos que praticávamos aqui no Rancho Canela do Mato. Eu por uma tendência academicista, categorizar para compreender e logo explicar, ficava buscando um termo que se adapta- se tanto as questões cientificas quanto as questões mercadológicas. Me explico.

 

As questões cientificas, ou seja, ter um método para entender as coisas do mundo me ajudam a por um circulo envolta de meus novos interesses, como uma pasta cerebral. Ali coloco todos os conceitos e suas variáveis para depois encontrar uma forma de organizar, que se adapte ao meu modo de ver a vida e tchuns … compreendo e posso explicar. O difícil foi encontrar esta categoria para produção do Rancho Canela do Mato. Na pasta genérica classifiquei de produção de alimentos sustentável Estudio acerca de las fallas … usado em minha tese de doutorado) e consegui explicar pelo caminho do económica, ambiental e socialmente sustentável.

meu esquema para entender o mundo! ufa!

As questões que chamo mercadológicas tem a ver com definir para todos as pessoas envolvidas nesta troca que ocorre entre produzir e comercializar. Automaticamente o nome alimentos orgânicos sai da boca de todos para definir o que “não tem veneno”. Alimentos orgânicos é tão usado que inclusive os detratores deste sistema usam ele de forma incorreta para justificar seus argumentos frágeis.

 

Na intenção de causar menos confusão no diálogo com todos, fomos nos aproximando do termo agroecologia. Esta definição está próxima da comunidade de Livramento. A universidade de Agronomia trabalha este termo. A feira de produtores locais usa este termo. Então está é a palavra que nos define aqui neste canto do Brasil.

 

Pessoalmente, eu penso que ele é um termo de fácil entendimento genérico. As especificações ficam por conta das pessoas que são preocupadas em entender o sistema alimentar onde elas estão inseridas. Uma definição muito astuta é feita pelo Prof Dr Cláudio Becker e transcrevo literalmente:

 

Agroecologia: uma volta ao futuro!

Conceitualmente, a Agroecologia refere-se à uma ciência que fornece as bases para a construção de sistemas agroalimentares que contemplam todas as dimensões da sustentabilidade.

Os sistemas agrícolas que usam as técnicas de base agroecológica no manejo dos agroecossistemas e na produção de alimentos, se valem de uma visão ecocêntrica, segundo a qual o ser humano é apenas mais um componente na complexa teia da vida. Cumpre a nós, portanto, manejar esses sob a perspectiva de sua durabilidade.

Podemos afirmar que a Agroecologia é essencial para pensar o futuro da humanidade.

Enquanto cidadãos, devemos ter o compromisso de apoiar as iniciativas agroecológicas!


Dá para entender não é?

 

As pessoas que fazem contato conosco, aqui no Rancho Canela do Mato, tendem perguntar se são alimentos orgânicos. Nós tendemos a explicar todo o rosário agrogeológico, mais por gostar de conversar do que para catequisar.

 

Penso que é importante dar nome as atividades que fazemos, isto faz com que os curiosos busquem aprender sobre o que falamos. Além do mais nos orienta nas ações diárias. Aqui na nossa produção nos preocupamos com as energias positivas que as pessoas recebem dentro de cada alimento que elas consomem. Acreditamos que estas energias fluem da terra para as plantas, para o ser humano que leva até a sociedade que, logo devolve para a natureza nova energias. Está é a teia da vida![1] Ecocêntrica!

diversidade alimentar

Agroecologia tem a ver com agricultura ecológica. Ecológico tem a ver com inserir todos. É a lógica da produção alternativa[2] aplicadas a realidade local, as estações, aos cuidados com as tradições assim como a evolução das técnicas de cuidado das plantas. É a inserção de novos conhecimentos para melhoria de antigas práticas.

 

Bem é nisto que estamos por aqui no Rancho Canela do Mato. Apareça e converse conosco sobre esta nova antiga volta ao futuro.

 

Keli

[1] Considere ler o Livro A Teia da Vida de Fritjop Capra. Instigante

[2] Busque por Enrique Leff em Ecologia, Capital e Cultura. Livro denso e cheio de conceitos.